Tenha Um Por menos de 400€
Texto: Carlos A Henriques
Nota de Abertura
Em finais da década de 70, do século passado, a Sony lançou a ideia de toda uma linha tecnológica cujo objectivo era o de proporcionar aos profissionais do Cinema, numa primeira fase, e aos de Televisão alguns anos mais tarde, a possibilidade de através de um workflow baseado em imagens de Alta Definição, a capacidade de produzir, distribuir e visionar os filmes ou os programas de televisão recorrendo-se ao satélite como meio de ligação entre a “fábrica” e o “consumidor”, abandonando-se, definitivamente, os processos até então utilizados da bobina de filme ou da fita magnética de 1” ou da videocassete.
Estávamos em plena era do analógico e as infra-estruturas a que se tinha que recorrer não existiam, para além da dificuldade de utilização do satélite, dado o reduzido número em exploração e o proibitivo custo a que uma hora de utilização implicava.
Após trinta em poucos anos de aprofundado desenvolvimento, eis que nos deparamos com outra realidade, ou seja, o analógico não existe mais, falar em televisão SD (StanDard) é “old fashion”, assim como em HD (High Definition) deixou de ser a grande novidade.
Assim sendo, quem é agora o “bombo da festa”?
Desde 2006 temos tido o privilégio de assistir todos os anos, ora na NABSHOW ou, então, na IBC, a demonstrações feitas pela Televisão Pública Japonesa, a NHK, daquilo que os japoneses resolveram apelidar de SHV (“Super Hi-Vision”) e a comunidade internacional de 8K, que o mesmo é dizer 16 vezes a resolução HD e 80 vezes a do SD.
A Europa, através da EBU/UER (European Broadcasting Union/Union Européenne de Rádio-Télévision), ciente da necessidade de dar outro rumo ao HD, mas consciente do que implicava o salto para 8K, propôs e foi aceite pelas Organizações nela inseridas, uma norma que responde muito bem às necessidades apontadas para a Televisão nos finais dos citados anos 70’, ou seja, a UHD (Ultra High Definition), que o mesmo é dizer o 4K (resolução quatro vezes superior à do HD).
Mas, aqui chegados, surge o primeiro grande problema, que o mesmo é dizer, o custo dos receptores de 1ª geração rondava para umas marcas os 37.000€ e para outras os 25.00€, contudo, os de 2ª geração deram um enorme salto rondando os 4.000€, pelo que, independentemente da revolução a todos os níveis nas empresas produtoras e nas estações de Televisão, o grande público, face a estes valores, ficou automaticamente fora desta evolução o que tem conduzido, em todos os fóruns, a profundas discussões no sentido de os valores dos equipamentos de recepção não ultrapassarem os 1.000€, caso contrário, será um projecto morto à nascença.
O Que Está, Entretanto, a Ser Feito?
No sentido de dar uma resposta positiva às reais necessidades da indústria, a Intel está a trabalhar em profundidade juntamente com a empresa norte-americana ViewSonic, a qual é uma marca de referência no fornecimento de monitores de alta qualidade ao mundo profissional na área do design gráfico, no sentido de até finais de 2014 apresentarem um monitor 4K com um custo ligeiramente inferior aos 400€.
Esta novidade foi revelada por Kirk Skaugen (Senior Vice-President e General Manager da área dos PC da Intel), na conferência de Imprensa durante o 33º Computex Trade Show, que ocorreu em Tapei (Taiwan) de 3 a 7 de Junho último, assim como o propósito da Intel, juntamente com a MSI, Mitac, Loop, Hibertek e Wibtec, desenvolver um computador “all-in-on” 4K cujo custo global será inferior a 1.000€.
Kirk Skaugen não entrou em pormenores no que respeita ao modo como vão ser atingidos tão baixos custos, contudo está ciente da grande procura muito em breve por parte dos profissionais que têm que trabalhar com imagens de alta resolução, potenciando estas vendas o necessário desenvolvimento para o mercado doméstico, numa primeira fase para o mercado dos jogos e posteriormente para o dos televisores. Entretanto a tecnologia Thunderbolt, da Intel, já está com capacidade de suporte 4K.
Conclusão
O mercado dos dispositivos móveis é altamente dinâmico e sempre em busca de novas capacidades a serem disponibilizadas aos utilizadores, pelo que estamos convictos que o desenvolvimento dos displays 4K vão ganhar imenso com a sua entrada neste segmento, arrastando consigo o mercado dos televisores muito mais cedo do que as mais optimistas previsões possam sugerir.